” Os países que mais se aproximam da ideia europeia são indubitavelmente as monarquias (…) a ideia monárquica permanece uma causa justa que deve ser defendida” António Tajani, Presidente do Parlamento Europeu
Para o europeu mais atento a afirmação não vem como uma surpresa já que Tajani foi militante monárquico na sua juventude na Fronte Monarchico Giovanile (Frente Monárquica da Juventude), uma organização estudantil da União Monárquica Italiana (UMI). Ele tem consistentemente defendido o retorno do exílio da Casa de Sabóia (que foi proibida pela Constituição italiana até 2002, quando o parlamento italiano suspendeu a proibição).Político de direita, considerado o anti-schulz (dirigente da esquerda alemã e anterior Presidente do Parlamento europeu), fez parte do governo de Berlusconi e até há bem pouco tempo era um simpatizante de Matteo Salvini, a voz populista de um governo que pretende levar Itália pelos mesmos caminhos da Grécia. Era! , porque o orçamento recentemente proposto pelo governo italiano acordou os italianos dentro de Bruxelas para a verdadeira natureza do verdadeiro populismo republicano que tem crescido entre os países mais desenvolvidos.
A intervenção de Tajani na conferência monárquica que comemorava o centenário da vitória de Itália na I Grande Guerra, para a qual nem era esperado, não foi fortuita nem podia ser, já que o cargo que ocupa impede-o de ter liberdade de opinião em eventos formais , o Protocolo assim o exige . A intervenção moderada onde a par da defesa da Monarquia como regime que entende a ideia europeia ,ágora de encontro entre as diversidades ideológicas de uma Europa onde convivem Monarquias e Repúblicas vem o afastamento dos políticos mais tradicionais ao populismo anti-europeu que ameaça arrasar Nações inteiras :
“Antonio Tajani, cuja contribuição de abertura confirmou a contribuição vital da Monarquia da Itália para a Vitória da qual o Centenário foi celebrado, abrindo então a visão geral sobre a Europa, uma Europa dos Povos onde as monarquias existem e não são poucas e os senadores da República, republicanos, mas vizinhos nas iniciativas patrióticas” Associazione Culturale Ricerche e Memorie Storiche
Para os populistas o País vem depois da carreira política , ideia partilhada por todos os que viveram a demagogia do nazismo e esquecida pelos que a seguir vieram.A Grécia não foi salva por um demagogo, tudo o que podia correr mal no Brexit aconteceu em nome das carreiras políticas pessoais , Espanha por pouco não se fragmentou, a Itália corre o risco de falência . Tajano desce das luzes de Bruxelas para apelar aos sectores tradicionais italianos que a Europa das Nações e Monarquia são de facto faces da mesma moeda e que a distância entre republicanos e monárquicos desaparece em face da ameaça de colapso dos países .