Grécia: quando a voz dos partidos é maior que a do Povo

GRÉCIA –

UM PROBLEMA HISTÓRICO POR RESOLVER, UMA MONARQUIA INTERMITENTE

A Grécia está no centro das convulsões sociais consequentes à crise Financeira de 2008 que degenerou em crise das dividas soberanas, arrastando Estados inteiros para a eminente falência.O caso grego não se resume à mera dimensão económica onde impera o esteriótipo do grego subsidio-dependente.A Grécia é o resultado da ambição de independência do seu povo e a partidarização dessa ambição.Uma Monarquia que teve quatro referendos ao regime (apenas o de 1974 foi desfavorável à Restauração) e  várias tentativas falhadas de Republica que arrastaram o País para ditaduras militares são as permissas que permitem prever o futuro próximo do povo que inventou a Democracia.

A História da Grécia moderna é iniciada quando revoltas contra o domínio turco estouram e um reino independente é estabelecido, em 1832. Guerras entre a Grécia e a Turquia em 1913 levam à anexação da Macedônia e da Trácia por parte dos gregos. Divergência entre o rei Constantino I e o então primeiro-ministro Elefthérios Venizélos adiam a entrada da Grécia na I Guerra Mundial, o que ocorre somente em 1917, quando o país ingressa no conflito ao lado dos Aliados. Sucessivas derrotas na Ásia Menor, obrigam o rei a se exilar e Venizélos a renunciar. Em 1920, um referendo restaura a monarquia e Jorge II assume o trono em 1922. De 1924 a 1935 segue-se um curto período republicano. Ao final do ano de 1935, Jorge II é recolocado no trono graças a um novo referendo. Em 1941 a Grécia é ocupada pelos alemães, e o rei é obrigado a se exilar em Londres. Em 1944, a União Soviética expulsou os nazis de todo Bálcãs. Um novo referendo reinstala Jorge II no trono em 1946.
Jorge II favorece o estabelecimento de um governo de extrema direita, o que dá início a uma guerra civil entre monarquicos e comunistas. Os gregos, com o apoio dos Estados Unidos, derrotam os comunistas em 1949, dando-se início à repressão anticomunista. Desta forma, a Grécia tornou-se o modelo capitalista nos Balcãs, predominantemente dominado pelos comunistas soviéticos. A disputa política na Grécia, a partir de 1955 resume-se à oposição de Konstantínos Karamanlís, do partido conservador Nova Democracia, e Andreas Papandreou do partido socialista PASOK. Em 1967, com o apoio dos Estados Unidos, militares liderados por Georgios Papadopoulos dão um golpe de Estado e instauram uma ditadura militar, que ficou conhecida como o ditadura dos coronéis, período em que aumentou a repressão anticomunista e a perseguição aos seguidores do partido de Papandreou.
Os militares, numa decisão unilateral, decidem abolir a monarquia em 1973, o que desencadeia a uma onda de protestos no ano seguinte, obrigando os militares a devolver o governo aos civis, iniciando-se a redemocratização, liderada por Konstantínos Karamanlís, que leva os militares a julgamento e consequente condenação por crimes cometidos durante a ditadura.

Em dezembro de 1974, um referendo rejeita o retorno da monarquia e torna-se, então, uma república parlamentarista. Em 1980, Karamanlís é eleito presidente do país. Em 1981 entra para a União Europeia.

Em 2012, na consequência da crise Financeira mundial a Grécia vê-se mais uma vez numa encruzilhada histórica.

Verá a Europa a restauração de uma Monarquia por referendo?

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2 Responses to Grécia: quando a voz dos partidos é maior que a do Povo

  1. Antonio Maria Borda Cardoso says:

    Falta um ” motor ” de união do Povo espartilhado em partidos que só têm olhos para Abril a data das próximas eleições . É espantoso que o PR grega perante tanta confusão não imponha qq respeito ! Um Rei em vez de Karolos Papoilias seria a solução e um exemplo para toda a Europa do Sul …. Portugal e Itália incluídos . O respeito do Povo pelas Instituições seria outro ….. bem como por parte do eixo
    .

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