Faleceu no passado dia 30, no Hospital Madre Teresa em Tirana, Leka da Albânia (1939-2011 ), último príncipe herdeiro da Albânia, filho do Rei Zog I e da Rainha Geraldine que reinavam em 1939 quando a Itália de Mussolini invadiu a Albânia. Depois da Segunda Guerra Mundial vieram o comunismo e o exílio, e Leka só voltou ao país em 1993 quando foi restabelecida a democracia. No referendo monarquia/república de 1997, 66% dos albaneses quiseram a república, mas a família real continuou a viver no país.
Leka foi internado de urgência no hospital em 15 de novembro por causa de uma fibrilação e graves problemas respiratórios. A sua situação piorou na sexta-feira, quando sofreu um enfarte do miocárdio.
Leka Zogu era o único filho da condessa húngara Geraldine Apponyi e Ahmet Zogu,Rei da Albânia entre 1928 e 1939 com o nome de Zog I.
Albânia foi declarada uma monarquia constitucional pela Assembleia Constituinte, e Ahmet Bey Zogu foi coroado Rei sob o título de Zog I. O reino foi a restauração da identidade real que ainda sobrevivia desde o reinado de Skanderbeg no século XV. Também garantiu a permanência da democracia e da ordem na Albânia, que tinha acabado de recuperar sua independência do Império Otomano em 1912
A monarquia albanesa durou até 7 de abril de 1939, quando Zog I abandonou o país após a ocupação militar pelo regime de Mussolini (A Albânia era um protectorado de Itália desde 1928), quando seu filho tinha apenas dois dias de vida.
A família real albanesa passou 63 anos no exílio porque o regime comunista que dominou o país entre 1944 e 1990 proibiu seu retorno, após classificá-la como ‘traidora’.
Durante os anos no exílio, Leka viveu primeiro na Grécia, mas passou por Turquia, França, Reino Unido e Egito, até instalar-se na Espanha onde casou-se com Susan Cullen.
Em 1979, Leka foi expulso da Espanha pelo suposto envolvimento no contrabando de armas. Depois disso, a família real terminou por estabelecer-se na África do Sul.
Após a queda do comunismo em 1991, Leka visitou Albânia várias vezes e em 1997 liderou um protesto violento após perder o plebiscito, que optou por uma república e contra a restauração da monarquia.
O pretendente ao trono, que abandonou o país depois desses factos, foi condenado à revelia em novembro de 1999 a três anos de prisão ‘por organizar manifestações ilegais com participação de pessoas armadas’.
Leka beneficiou de uma anistia geral e em 2004 estabeleceu-se definitivamente em Tirana com sua mãe, mulher e filho.
Há anos que se retirou da vida política por problemas de saúde, mas teve na Albânia o apoio de um partido minoritário monárquico.
Após sua morte, o pretendente ao trono é seu filho, o príncipe Leka II, que atualmente trabalha como assessor do ministro do Interior. EFE